ÂNFORA

A série ânfora celebra o estado primitivo, a beleza e diversidade dos tons, elementos e camadas que compõem uma identidade, que trazem as marcas, plasticidade  e paletas de corpos sendo telas para uma estória, uma emoção e onde os pinceis são os sentidos comuns a todos por similares experiências, fazendo aquele individuo uma tela colaborativa e entregue de si a um convite do fotógrafo sentido á flor da pele pela experiencia emocional e sensorial, das obras humanas despidas de acessórios e de volta a essência básica dos que a compõem enquanto carne, osso e um universo que palpita e se apresenta ali vibrantes, tropicais e excitantes mesmos nos conflitos de passagens mais tensos e densos, que são a obra de arte instintiva aos olhos, no cheiro, nas texturas, nas formas, nas misturas e poses nos quais nos reconhecemos e deslumbramos com a gênesis e solução de toda crise, o fato de sermos humanos, temos peças centrais deste ecossistema que nos molda, da natureza bruta que escorre entre força e resiliência, o respeito pelos elementos básicos de nossa constituição enquanto identidade e sociedade, a riqueza que trazemos em si, o amor que se transforma em tinta, em rios que escorrem a flor da pele, a Arte da estória do individuo transferido nas novas molduras da Historia do coletivo. 

Ânfora aqui significa o acolhimento e compartilhamento dos elementos essenciais, seja na termologia e fisiologia botânica, seja nas esculturas de vasos gregos, técnica milenar de vasos que serviam os líquidos e os grandes luxos da vida como; água, azeite, mel e vinho.

O corpo humano não é tela, é ÂNFORA, uma celebração de valores, essências e riquezas.

Nesta série é resultado de sessões individuais onde todas fotografadas/ colaboradoras/ casais  foram entrevistados,  ouvidos, pintados e fotografados pelo artista visual enquanto ouvia suas estórias, suas inquietações, ali entregues e vulneráveis aos elementos que às compõem e que foram imprimidas, enraizadas, nutridas na natureza das mesmas.

“A memória dos sentidos, dos órgãos e dos tecidos. 
O ciclo não finda, há memória e construção em tudo.
Tramas ancestrais, somos parte do início, nada é de agora ou do agora.” (Alyson Carvalho)