O que acontece quando dois mundos diametralmente opostos colidem? Primeiro a fotografia de rua em sua forma mais crua, ruidosa, sem cores de um projeto sobre um fotógrafo se sentindo deslocado enquanto se desloca pela cidade, reparando em todos os outros deslocamentos. Segundo a fotografia confinada ao espaço de um apartamento durante a pandemia, as formas já deixaram de fazer sentido, tudo se mistura na monotonia da rotina que não se altera, a necessidade de retirar a lente, de fazer com que as cores extravasem os limites, que se percam os contornos das formas, que as cores sejam livres para se misturar e o foco deixe de existir.
Dois projetos opostos que quando se misturam dão cor à fotografia de rua, fazem os deslocamentos mais suportáveis, menos cruéis ao mesmo tempo que conferem algum sentido às cores que antes se misturavam caoticamente.