Do antigo para o novo, a cultura flui. Para tentar preservar e manter uma cultura autêntica é necessário fazer escolhas e criar regras - e, com isso, impor ideologias sobre seus participantes. Este é um projeto sobre o Estado mais ao sul do Brasil, o Rio Grande do Sul, e a cultura gaúcha que é presente nas vidas diárias de sua população.
Apoiada por instituições como o governo local, as escolas e a religião, a cultura do campo invadiu a cidade e se anexou à sociedade. Em seus novos rituais, uma representação cria uma comunidade igualitária, mas somente por um dia no ano. Por causa das regras rígidas e da falta de espaço para mudança no movimento que fortaleceu esta cultura, há conflitos com aqueles que não as aceitam - que ou têm que ceder para fazer parte ou estão fora. Mas essa mesma rigidez é exatamente o que algumas famílias buscam para seus filhos, alegando que a tradição existe desde sempre. Contudo, com uma pesquisa histórica mais minuciosa e entrevistas a antigos peões e fazendeiros, é fácil notar que a origem do movimento não é o que parece.