Perda e Processos

No Brasil, abortos espontâneos são comuns. Cerca de 23 milhões de gestações em todo o mundo terminam em aborto espontâneo a cada ano – isso é 15% do total ou 44 a cada minuto, de acordo com novas estimativas publicadas na revista médica The Lancet em 2022.

Lidar com o luto gestacional e a luta por ser mãe podem ser batalhas solitárias, mas descobri que não estou só e que não preciso estar.

Essas marcas da vida me trouxeram onde estou e formaram o que eu sou e com isso nasceu o desejo e a missão de falar e ouvir sobre esta cicatriz que me acompanha e que tantas mulheres se identificam encaram o taboo, vergonha e distúrbios psicológicos e emocionais herdados com a experiencia.

Confesso que a perda da Luna, minha filha, foi o princípio de todo esse projeto, a necessidade de validar a sua existência, de me validar como mãe e como mulher que deseja ser mãe, mas o tempo me mostrou que esse projeto vai muito mais além.

Esse projeto é para aqueles que olham para o tempo e apenas desejam que ele passe, pois, as marcas da perda, da ausência são tão pesadas que elas simplesmente se alastram, fixam entre as físicas e emocionais, são pessoas assim que quero sensibilizar que  essas dores não precisam ser ignoradas ou repugnadas, mas sim compreendidas, aceitas e até mesmo amadas.