Cheguei a casa de Olga por volta das 18h30, atrasei-me enquanto secava o cabelo, a certeza de que não estariam prontas não me permitiu ceder a ansiedade, as conheço o suficiente para saber que levam algumas horas frente ao espelho dedicando-se a incontestável tarefa de se tornarem únicas.
Ao passar pela porta fui tomada por uma acolhedora familiaridade sonora, não me recordo se tocava Abba ou Bananarama mas é certo, já ouvi aquele mesmo som nesta casa.
O silêncio de suas cores, da troca, da experiência em poder estar fazendo qualquer outra coisa no mundo e optar por permanecer anestesiada ao ato de fotografá-las, a persistência desta observação contínua, documental, aficcional.